Estava
ali sentada pensando em nada, nadinha mesmo... Deixe-me dizer: pensar em nada é
até melhor que sexo e música; bem bêbado de madrugada e sentir, chorando, que
alguém no mundo poderia te entender e chorar, sabendo que não, que é tudo
mentira.
Pensar
em nada, pairar semi/viva, flutuando, sem nem querer respirar e respirando,
nua, nuazinha, como quem acabou de nascer: sabendo nada.
Ah
que solidão! O nada engole as coisas e nisso me devora. Quando eu penso em
universo é isso que eu quero dizer: tudo despencando, caindo eternamente/outras
coisas suspensas, cheias de mistério, infinitamente caladas.
Assim
eu me pego, de susto! tombo! pensando em nada, nadica mesmo, perdida e um pouco
louca: sem fazer sentido.
Então
como um médium que esquece-se de si; esperança de ser possuído... Como uma puta
que abre as pernas e fecha os olhos; esperando ser fudida! Sem pensar em nada,
nada mesmo, como quem quer tudo e não quer nada, me veio à ideia de você:
miragem, ilusão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário