quinta-feira, 27 de outubro de 2016

para ler em dias de desespero

quando comecei a entender melhor o que sinto e a mim mesma, percebi que não estou errada e que não há nada de anormal em mim ou na forma com que sinto/percebo o mundo ao meu redor.
entendi que não preciso me encaixar nessas medidas e ser mais modelinho desses que estão lotando as ruas.
eu só preciso me sentir a vontade dentro da minha própria pele, sem medo de mostrar o que há em mim, respeitando sempre o limite que existe entre o que penso/sou e o que a outra pessoa pensa e é
quando comecei a entender melhor a mim mesma, compreender as pessoas ao meu redor se tornou um processo natural, leve...
de repente eu vi que o que me prendia eram os nós que eu atava em mim e toda dor era auto-infligida
não, não estou dizendo que sou melhor ou me transformei numa figura divina
jamais!
ainda choro e perco o sono, olho-me ao espelho e me perco em imensidões desconhecidas, abismos abrem-se sob meus pés: desfaço-me e corro na chuva, toda louca, toda eu
porque agora, conhecendo a mim mesma eu aprendi que não preciso ser sempre equilibrada e bem resolvida, na tentativa de ser quem eu sou, conheci melhor os meus defeitos e encarei os pecados; a teia interna que me sufoca e me sustenta - Clarice tinha razão.
flores brotaram dentro de mim e saem pelos meus ouvidos, olhos, ponta dos dedos
acho até que não tenho mais tanto medo
eu sou o jardim que tanto procurava em alguém
e me basta
ainda não me entendo completamente
afinal não sou um teorema ou equação
mas eu consigo olhar dentro de mim e continuar o processo de autoconhecimento, continuar tentando
eu me aceito
mesmo não sabendo tudo sobre mim
me sei

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