Quase
calada/fria, pálida/de emoções brandas, meias palavras/frases cortadas,
lenta/pensamento longe/tão longe que não alcanço, fingindo um sorriso/uma
conversação, sem ordem/coordenação, levando sustos/tombos, pesadelos sem ser
preciso deitar/fechar os olhos/dormir, não pertencendo/fora de si/e onde? não
sei. Doida/doída/desestruturada, de boca e olhos vermelhos/de alma em chamas,
anseios/sente muito/sente muitíssimo, a esmo/já não sabe por onde andar, de
tanto amor perdida/ por amar tanto é que se perdeu, o amor é um dos males mais
lindos/dá vida ao mesmo que a rouba/destrói, sofrida/a dor que sente está para
a tal qual a lepra para o doente/a ferida para a pele do
leproso/lenta/cruel/corroendo desde o cerne/matando lentamente, não diz/diante
da vastidão as palavras já não bastam/nada lhe basta, triste/iludida/duvidosa,
dos sonhos que tinha carrega a lembrança/dos planos só a vontade,
suicida/louca/bêbada/desesperada/desgraçada, rindo ao espelho/a única coisa que
lhe resta é o sarcasmo e olhe lá, cantarolando as canções mais tristes que
sabia/elas são ao menos uma trégua/acariciam a dor como um domador engana com
flores a fera antes de a chicotear, vinho/bebia sempre pra molhar a
saudade/acabava o vinho/a saudade não, ininteligível/as vezes até obscura/e sem
dúvida egoísta/uma filha da puta egoísta!, todo o mal/ desde a raiz o seu mal
era sentir demais, feia/como uma flor sofrida de praga/sem perfume ou
cor/jogada fora por escolha/sem jardim ou primavera, espinhosa/a dor que
causava era desumana, de entrega total/por tanto é que morria/era toda do
outro/e depois de outro/sem deixar de ser dos dois/ e mais, lançou ao vento
tudo que sempre quis/não por não mais querer/por antes escolha errada,
apegada/expulsava as pessoas mas não sabia como deixá-las ir/quando
iam/implorava pra que voltassem/quando voltavam a sufocava/as magoava/monstro,
venenosa/ pro seu pecado jamais haverá perdão, de ninguém/ nem dela mesma,
foragida/fugia de situações difíceis/longas conversas e complicadas, era
assim/não era/deixava de ser/tornava a ser/acabava não sendo nada/nada/nada
nunca/nunca, a vida tão simples e tão difícil/será que tinha entendido tudo
errado? provável que sim, não, sei lá, desconfiava não saber do mesmo que os
demais/estranha/alienada/mal compreendida ou não compreendia? os dois, pra
sempre e nunca mais/ e agora? agora não mais, talvez/nunca mais, e doía.
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