quarta-feira, 26 de agosto de 2015

240614

Mais um dia nada diferente do anterior. 
A vida se agita lá fora. As peças começam a se movimentar, fixar, encaixar...
Acomodo-me na roupa em que visto e me preparo para enfrentar novamente, todas as coisas.
Para algumas já me sinto preparada, embora de fato não esteja. Outras nem sei quais são.
O vento sopra gelado, o céu ainda não está totalmente iluminado, as pessoas saem de suas casas, as ruas juntam a sujeira, os carros passam zombando, encontro pessoas que despertam sua rotina ainda mais cedo, crianças indo a escola, homens e mulheres que talvez nem dormiram...
Quem eu sou e qual é o meu papel em tudo isso?
A convicção com que algumas pessoas vivem suas vidas me assombra! Não sei o que posso querer no próximo segundo, embora esteja bem definido dentro de mim os princípios básicos de ser quem eu sou.  Puta contradição.
Finalmente chego ao meu local de trabalho.
Há várias pessoas com as quais eu não quero conviver; nem profissionalmente.
Acredito que o meu mal é ter a consciência sobre as coisas, das coisas e através delas.
Isso faz com que o jogo de algumas pessoas não funcione comigo. E a minha natureza as repele como uma força repele outra força contrariando as leis da física.
A minha mesa é o meu santuário. Tenho um pôster de um livro colado a minha CPU: “Quem vai ficar com Morrissey?” Alguns livros se empilham num canto, cadernos, canetas, cds, nenhuma ordem. Coloco os fones de ouvido, há algo que sempre estarei ouvindo: Morrissey ou The Smiths.
Você já ouviu ou já ouviu falar.
Não há um só dia em que eu passe sem ouvi-los. Não dá. Mal posso descrever o que cada canção me causa. É de um sentimento e verdade, a voz do Moz me rasga por dentro, concomitante me constrói. 
A canção do dia é: Everyday is like Sunday.  É exatamente como me sinto. Acalma, me lembra: “Oh! é tudo sempre igual, mas deve haver algo de bom em algum lugar, calminha...”
Embora sem certeza, só me resta esperar.

Esperar está me matando... 



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