Mais um dia nada diferente do
anterior.
A vida se agita lá fora. As
peças começam a se movimentar, fixar, encaixar...
Acomodo-me na roupa em que
visto e me preparo para enfrentar novamente, todas as coisas.
Para algumas já me sinto
preparada, embora de fato não esteja. Outras nem sei quais são.
O vento sopra gelado, o céu
ainda não está totalmente iluminado, as pessoas saem de suas casas, as ruas juntam
a sujeira, os carros passam zombando, encontro pessoas que despertam sua rotina
ainda mais cedo, crianças indo a escola, homens e mulheres que talvez nem
dormiram...
Quem eu sou e qual é o meu
papel em tudo isso?
A convicção com que algumas
pessoas vivem suas vidas me assombra! Não sei o que posso querer no próximo
segundo, embora esteja bem definido dentro de mim os princípios básicos de ser
quem eu sou. Puta contradição.
Finalmente chego ao meu local
de trabalho.
Há várias pessoas com as
quais eu não quero conviver; nem profissionalmente.
Acredito que o meu mal é ter
a consciência sobre as coisas, das coisas e através delas.
Isso faz com que o jogo de
algumas pessoas não funcione comigo. E a minha natureza as repele como uma
força repele outra força contrariando as leis da física.
A minha mesa é o meu
santuário. Tenho um pôster de um livro colado a minha CPU: “Quem vai ficar com
Morrissey?” Alguns livros se empilham num canto, cadernos, canetas, cds,
nenhuma ordem. Coloco os fones de ouvido, há algo que sempre estarei ouvindo:
Morrissey ou The Smiths.
Você já ouviu ou já ouviu falar.
Não há um só dia em que eu
passe sem ouvi-los. Não dá. Mal posso descrever o que cada canção me causa. É
de um sentimento e verdade, a voz do Moz me rasga por dentro, concomitante me
constrói.
A canção do dia é: Everyday
is like Sunday. É exatamente como me
sinto. Acalma, me lembra: “Oh! é tudo sempre igual, mas deve haver algo de bom
em algum lugar, calminha...”
Embora sem certeza, só me
resta esperar.
Esperar está me
matando...
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